domingo, 18 de novembro de 2007

Savana sonhada

No corpo quase podre
os primeiros vermes germinavam
No céu abutres sobrevoavam

O sol quente latejava a cabeça
suas mãos sangravam
e não sentia as pernas

Naquela visão infernal
o cheiro pútrido cortava-lhe
o nariz e o cérebro

Não sabia de que lado
ficava o norte
ou se deveria ir ao sul

Uma manada de elefantes
surge à esquerda
Um leão caminha em sua direção

Refletiu-se naqueles olhos
Caiu de joelhos e chorou
As lágrimas formaram uma poça

Um outro alguém exato
lhe estendeu a mão
que foi picada por uma peçonha

A tempestade caiu num grito de dor
... adormeceu
e acordou em terras estranhas




(dejavu?oui,oui... é velho sim, mas em formato novo!
um viva a arte de recortar!
um viva ao meu eu-lírico!
um viva ao seu eu-lírico!
um brinde aos corpos que ainda estão quentes...)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

As nuvens são cinzas,
ou cinza é a minha visão?

É tanta, tanta dor
A fumaça alheia na minha cara

E o mofo que crias no meu coração

Febre,
sob meu leito, uma cruz

É tanta, tanta dor
O bafo de vinho alheio na minha cara

E o mofo que crias no meu coração

As nuvens são cinzas,
ou cinza é a minha visão?