sábado, 21 de março de 2009

O inverno me traz qualquer coisa melancólica. Qualquer indício seu é capaz de me fazer sentir fraca. Perturbada. Sozinha. Triste. Incompleta.
O vento que faz lacrimejar meus olhos sempre busca no meu âmago um choro, e dependendo da situação eu exteriorizo, ou não. Eu digo, eu mostro, ou eu engulo. A seco. Como os comprimidos pra dor, que tomo ao final da noite, sem ter disposição para buscar um copo d’água, muito menos alguém que os busque.
Cobertas, travesseiros, tudo parece ter um ar doente. E realmente, é assim que me sinto. O frio não vem de fora. E mesmo quando eu penso naqueles que amo, o frio ainda me persegue. E não há pra onde fugir. Exceto para baixo dos edredons múltiplos, como em útero que não dará nunca a luz. Um útero estéril de uma cria incapaz de viver. Sem pai, nem mãe.


A espera de um Morpheu, que traga, além de sono e sonho, Morphina.