sábado, 15 de março de 2008

folhetim

Não me importa o que irão pensar, eu não irei me justificar. Chamem de crônica se quiserem, não faz diferença alguma, eu irei escrever sobre o que aconteceu, em forma coloquial e reflexiva da mesma forma.
Estava eu no ônibus e acabei sentando perto de um cara com um uniforme, que se não me engano era da guarda municipal. Não, não, nem sou muito chegada em homens fardados, mas eu fiquei bem curiosa pelo livro que ele estava lendo, parecia um desses de cursinho pré-concurso público. E como domingo é a prova da prefeitura eu fiquei olhando descaradamente pro livro, até que o moço o guardou e pegou uma bíblia. Daí eu comecei a pensar com meus botões que ele deve ter me achado uma seguidora de satã, considerando meu all star roxo, a camiseta do Metallica e o pentagrama no pescoço. Sem mencionar o possível cheiro de tequila que restasse em mim, mas acho que não tinha mais cheiro... Então pra variar, me lembrei da Camile. Pensei, esse ae acredita no tal poder superior, levando em consideração que eu sou um tanto descrente, e não raras as vezes eu faço questionamentos que na verdade nem me importam.
Abriu no Gênesis, depois nos Salmos, eu tive vontade de dizer, “vêm cá, tu não sabe que pra uma boa leitura é preciso concentração, e não ficar saltitando de página em página???”, então ele foi ao fim da bíblia surrada e tirou um folhetim. E me entregou. Eu fiquei bem sem jeito, se fosse há algum tempo atrás, quando eu falava coisas ruins sem me importar, eu teria dito não. Mas dessa vez eu aceitei, talvez minha estupidez tenha se demonstrado no fato de que eu só agradeci e enfiei o bendito papel na bolsa sem nem olhar pra ele direito.
O fato é que o tal papel tá em cima da minha mesa e eu não consegui jogar fora ainda. Seria bem conveniente dizer que eu guardei o papel pensando que Deus me mandou um sinal, bem conveniente pedir pra ir bem na prova amanhã, mas não vou pedir nada. Acho que se Deus existe, ele sabe o que cada um merece, e dá aquilo que a gente trabalhou pra ter. Ou não. Seja como for, nunca irei saber.
Tá um dia lindo lá fora, e músicas em francês ecoam no meu quarto, o que mais eu posso pedir além disso? Muitas coisas eu sei. Mas se algo é divino, com certeza é o sol. O sol que fecunda tudo sobre a terra... Não há vida sem sol.
Talvez Deus pra mim seja muito menos etéreo do que pra maioria das pessoas.

Bendito aquele que crê sem ver.

Infelizmente eu não sei se essa sou eu.

2 comentários:

elfo disse...

Simplicidade, sutileza e uma transparência absurda...

Termos que costumam ir contra, totalmente contra à imagem que tu demonstra quase sempre, e que estão declarados nesse teu post.

Cara, cada dia eu tenho mais orgulho de me dizer teu fã...

e tbm de dizer que te amo

*_*

Anônimo disse...

Nossa... tipo isso realmente foi um suspiro... ^^...

Cris falando sobre filosofias da vida cotidiana... ^^... isso é interessante... deveria por mais suspiros aqui... ou talvez não... suspiros são intimistas... sei lá...
mas reflexões como essa estão cada dia mais presentes em minha mente... e olha... como tu disse não sei se realmente importam...

Hah! O Sol com certeza é um deus... ^^